Práticas alimentares e prevalência de (in)segurança alimentar e nutricional entre estudantes universitários beneficiários do programa nacional de assistência estudantil no contexto da pandemia de COVID-19 [recurso eletrônico]
Dissertação
Uberaba, MG : [s.n.], 2023.
116 f : il. ; 33 cm.
Orientação do Prof(a). Dr(a). Estelamar Maria Borges Teixeira
Dissertação (Mestrado)- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, Campus Uberaba, 2023.
Inclui bibliografia
A insegurança alimentar e nutricional (ISAN) é uma preocupação de saúde pública e refere-se à capacidade limitada ou incerta de adquirir alimentos nutritivos de maneira segura e socialmente aceitável. A pandemia de COVID-19 contribuiu para exacerbar a situação entre estudantes universitários, e uma...
A insegurança alimentar e nutricional (ISAN) é uma preocupação de saúde pública e refere-se à capacidade limitada ou incerta de adquirir alimentos nutritivos de maneira segura e socialmente aceitável. A pandemia de COVID-19 contribuiu para exacerbar a situação entre estudantes universitários, e uma melhor compreensão sobre o tema, pouco estudado em território nacional, poderá ser útil na criação e implementação de intervenções em instituições federais de ensino superior (IFES). Diante desse quadro, esta pesquisa teve como objetivo avaliar as práticas alimentares, o estado nutricional e a prevalência de ISAN entre universitários beneficiários do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), contemplados com o auxílio alimentação emergencial na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O estudo, transversal e de natureza descritiva com abordagem quanti e qualitativa, foi desenvolvido inteiramente on-line, por meio do preenchimento de um questionário pelo público-alvo. O formulário completo abordou questões sobre características gerais, demográficas e socioeconômicas, estado nutricional, práticas alimentares, marcadores de consumo e situação de segurança alimentar. Foram empregados a versão curta da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), uma escala baseada nas recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira e os marcadores de consumo propostos pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Os dados obtidos foram tabulados no Microsoft Office Excel e submetidos à análise estatística descritiva. Aplicou-se o teste de hipótese Qui-Quadrado para a verificação da existência de associação entre as variáveis resposta e as explicativas. Como resultado, constatou-se que a maioria dos estudantes se encontrava com o IMC dentro do preconizado para adultos (54,76%, apresentando respostas condizentes com o quadro de ISAN (70,71%). O status de segurança alimentar foi associado a características sociodemográficas, como renda per capita, cor ou raça, forma de ingresso na Universidade e situação da moradia atual, e às variáveis relacionadas ao consumo de frutas frescas no dia anterior e à classificação quanto às práticas alimentares. Grande parcela dos universitários adotou práticas alimentares inadequadas ou de risco (86,42%) e o percentual relacionado ao consumo de feijão no dia anterior foi de 76,19%; 31,67% para frutas frescas; e 65,95% para verduras e/ou legumes. A renda per capita dos participantes foi associada a todos os alimentos cujo consumo é desaconselhado pelas diretrizes brasileiras atuais, com destaque especial às bebidas adoçadas. Adicionalmente, houve associação entre a classificação quanto às práticas alimentares e os seguintes marcadores de consumo: frutas frescas, verduras e/ou legumes, bebidas adoçadas e macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados. Frente ao exposto, é possível concluir que as restrições devidas à pandemia tiveram repercussões variadas, com componentes do corpo discente severamente afetados. Tornam-se necessários o planejamento e a execução de ações coletivas para melhor lidar com aspectos relacionados à alimentação de estudantes universitários em momentos semelhantes de crise.
Palavras-chave: segurança alimentar; dieta saudável; assistência estudantil.